A data de hoje, dia 10 de outubro, foi escolhida pela Federação Mundial de Saúde Mental, em 1992, como um dia para nos atentarmos mais ao tema da Saúde Mental. E nos últimos 24 anos organizações não governamentais, secretarias e órgãos afins aproveitam o momento para discutir como ela vem sendo tratada por profissionais de todas as áreas, incluindo psicólogos e psiquiatras.

A cada dia as famílias e os próprios portadores de alguma condição mental avançam e conquistam um pouco mais. E ao mesmo tempo em que tais conquistas devem ser comemoradas, precisamos sempre nos lembrar ainda há muito que se fazer. Isso porque, até hoje, não é raro, infelizmente, presenciarmos a dificuldade que estas pessoas possuem com relação à aceitação na sociedade e ao acesso aos direitos essenciais. O filme Uma lição de Amor, com o ator Sean Penn, mostra muito bem o drama que essa parcela da população enfrenta.

E é pensando nessa realidade que a Sociedade Brasileira de Psicologia e a Sociedade Brasileira de Psiquiatria apoiam o dia mundial da saúde mental para aumentar a consciência dos profissionais a respeito do assunto, promover a troca de conhecimento e relembrar quais são os principais pilares que norteiam o apoio e o tratamento de todas as pessoas que possuem distúrbios mentais:

Dignidade
Acesso aos direitos
Respeito

Como profissionais da área de psicologia e psiquiatria podem garantir a dignidade das pessoas com distúrbios mentais?

Antes de mais nada é preciso prestar um atendimento voltado à saúde, à recuperação individual, proporcionando no próprio paciente a consciência de que ele é capaz de conquistar sua independência e ser aceito por quem ele é. É preciso retirar de cada um o estigma de que a saúde mental e seus distúrbios definem quem a pessoa é e o que ela pode fazer hoje e no futuro.

Neste sentido, o profissional deve agir de forma inspiradora, compreensiva e buscando garantir para cada um de seus pacientes, um tratamento que o faça buscar sempre por algo ainda melhor.

O profissional deve respeitar e compreender as particularidades de cada paciente sem deixar que possam conquistar sua própria autonomia e o direito de decidir inclusive, sobre seu próprio tratamento. Ou seja, é preciso agir com sensibilidade, focando nos direitos humanos e do cidadão, respeitando sempre a individualidade e os valores de cada um.


Todos podem fazer sua parte

Além do tratamento individualizado e do contato direto com os pacientes, para que eles mesmos possam compreender onde podem chegar, os profissionais da psiquiatria e da psicologia também podem atuar de forma transformadora nas comunidades.

Para isso, é necessário interagir com instituições e ONGs voltadas à saúde mental, promovendo e difundindo conhecimento a respeito dos direitos das pessoas com distúrbios mentais.

É preciso também conversar com as famílias dos pacientes, para que compreendam e aceitem a pessoa como ela é, em suas dificuldades e facilidades, sem lhes tirar a autonomia e o desejo de participar da sociedade com alguém produtivo e independente.

Cada vez mais, é preciso que todos se unam para que todos conquistem uma verdadeira inclusão social, tanto na escola, no trabalho e na vida em comum. Assim, é possível assegurar a todos, sem restrição, uma vida mais plena e feliz.