A relação médico-paciente pode ser algo mais complexo do que parece. Se, por um lado, é necessário encantar o paciente para que ele retorne ao seu consultório nas próximas vezes que precisar, por outro é necessário ser transparente e fazer recomendações que, muitas vezes, desagradam o paciente e o fazem procurar um outro profissional de medicina.

Portanto, a honestidade e a ética precisam ser pautadas em regras específicas, regulamentadas pelos conselhos de classe e nas leis vigentes em cada país.

No Brasil, o Conselho Federal de Medicina e os conselhos Regionais de Medicina são os responsáveis pelo direcionamento dessas regras. Então, se você tem dúvidas ou quer saber mais sobre honestidade e ética nessa relação médico-paciente, continue lendo este post!

O que é ética

Basicamente, a palavra ética tem sua origem na palavra grega ethos, que significa "caráter ou modo de ser de uma pessoa". Além disso, o conceito de ética remete ao conceito de moral — palavra derivada do latim mores, que significa "relativo aos costumes".

Assim, enquanto a ética se refere a um comportamento que tem origem no comportamento do indivíduo, a moral tem origem nos comportamentos aceitos pela sociedade. Portanto, a ética e a moral se influenciam mutuamente, sendo muitas vezes impossível separá-las em determinadas situações.

Diante disso, a ética médica é um conjunto de valores e comportamentos que deve ser aplicado à área da medicina, englobando não só o paciente como seus familiares, a classe médica como um todo e outros profissionais envolvidos diretamente ou indiretamente aos casos de medicina.

A honestidade, a ética e o reconhecimento profissional

Sabemos que um bom profissional na área médica precisa agir com honestidade e ética no exercício da medicina. E isso não deve ser feito apenas por uma questão de moralidade.

Na verdade, além do talento em identificar as doenças e de indicar o tratamento adequado, a honestidade e a ética são consideradas pela sociedade como algumas das principais qualidades que um médico precisa oferecer aos seus pacientes.

Até porque a facilidade em transmitir informações sobre o estado de saúde em uma linguagem de fácil entendimento fortalece a confiança entre o médico e o paciente.

Além disso, a forma com que o profissional lida com as questões éticas também é fator de reconhecimento profissional dentro da comunidade médica, e induz a ascensão em sua carreira.

O estudo da ética começando na faculdade

Diante dos inúmeros desafios que a carreira de medicina oferece aos profissionais, o estudo de ética nas faculdades de medicina se faz algo ainda mais importante atualmente.

Por isso, as universidades devem proporcionar um ambiente favorável aos debates de casos de ética na medicina, e estimular a formulação de novas teses para casos mais recentes envolvendo questões de ética no exercício profissional da medicina.

Além disso, é de extrema importância que haja um intercâmbio entre os estudantes, os profissionais de medicina e os conselhos de classe.

Isso possibilita que os debates não fiquem restritos à mera discussão teórica e que soluções possam ser levadas ao dia a dia nos consultórios, permitindo uma melhoria da qualidade na relação entre médicos e pacientes.

O atendimento humanizado

Uma das principais queixas dos pacientes em relação a alguns profissionais de medicina é a ausência de um atendimento humanizado.

De fato, em muitos casos, a grande quantidade de atendimentos realizados pelos médicos torna o atendimento mais objetivo e, de certa forma, "mecanizado", tornando a relação médico-paciente algo mais frio e impessoal.

Contudo, para o paciente, não basta que o atendimento tenha sido realizado de forma correta e com a indicação de tratamentos adequados. É necessário que o médico tenha sensibilidade para lidar com estas questões. Afinal, sua saúde e bem-estar estão em jogo.

A importância do Código de Ética

Em nosso país, como já dissemos, o Conselho Federal de Medicina é o responsável pela criação do Código de Ética Médica, sendo responsável também por expedir resoluções complementares ao código em questão.

E esse código possui diretrizes comportamentais não apenas na relação médico-paciente, como também nos casos que envolvem familiares, relação entre médicos, sigilo profissional e publicidade médica.

Portanto, é de extrema importância que a comunidade médica esteja atenta a essas diretrizes, bem como acompanhe todas as atualizações referentes a este tema. Além disso, a observância aos procedimentos indicados pelo código de ética protege o médico de eventuais aborrecimentos no exercício da profissão.

A criação de um manual de comportamento da própria clínica

Os gestores da área de saúde podem e devem criar os seus próprios códigos de ética em suas clínicas ou hospitais particulares, pautados sempre nos princípios do Conselho Federal de Medicina e incluindo informações extras que podem fornecer diretrizes comportamentais, de acordo com os valores éticos da clínica ou hospital.

Esse manual deve conter as práticas permitidas e não permitidas, além de sugestões de como agir em determinadas situações, quais casos devem ser levados à gestão para conhecimento, entre outras diretrizes.

O assédio dos laboratórios farmacêuticos

De fato, é grande o assédio dos grandes laboratórios farmacêuticos aos profissionais de saúde, oferecendo diversas vantagens para que estes profissionais receitem os seus remédios aos seus pacientes.

E essa é uma questão que não envolve apenas a ética, como também o risco de prejudicar o tratamento do paciente e até mesmo, em casos mais graves, causar a sua morte.

Por isso, o Conselho Federal de Medicina já possui orientações quanto ao relacionamento entre a classe médica e a indústria farmacêutica.

A falta de ética na relação médico-paciente

Já faz tempo que os casos de falta de ética ficavam restritos às paredes do consultório. Hoje, muitos pacientes têm buscado o auxílio da justiça para denunciar casos graves de falta de ética na medicina. E muitos até extrapolam os limites de ética, sendo alvos de ações contra os profissionais.

Sabemos que muitos desses casos têm origem na inconformidade do paciente em relação ao seu estado de saúde ou por familiares que perderam entes queridos em uma mesa de cirurgia, por exemplo.

Portanto, mais do que nunca, se faz necessário que a postura do médico seja a mais correta possível, evitando punições desnecessárias e que podem comprometer sua vida profissional.

E então, gostou do post? Já passou por alguma situação desafiadora na sua relação médico-paciente? Deixe-nos um comentário e nos conte um pouco da sua experiência!